Como funciona um medidor bidirecional? Leia e saiba!
O medidor de energia padrão no Brasil é o unidirecional, equipamento utilizado somente para aferir a quantia de energia que sai da rede elétrica e é injetada na residência.
Entretanto, ao adquirir um sistema de energia solar, ele passa a não ser suficiente – e é aí que surge um equipamento chamado de medidor bidirecional. Seu uso não é tão óbvio, pois também depende de regras práticas e leis específicas.
Para quem oferece esse tipo de tecnologia, é bem importante saber como ela funciona, como é instalada, as suas vantagens. Se esse é o caso e você pretende vender ou instalar esse produto, então acompanhe e veja o que precisa saber sobre ele. Boa leitura!
Para que serve um medidor bidirecional?
Trata-se de um medidor do fluxo por meio de uma rede. Ele é capaz de medir a energia consumida e adquirida da companhia, e também a injetada pelos sistemas de geração.
Em quais condições uma casa ou estabelecimento produz energia? Bem, em várias, dependendo da criatividade, disposição e investimento dos donos. Mas, no geral, ela ocorre pela captação da energia solar por meio de painéis solares, que são cada vez mais procurados no mercado.
Via de regra, para que uma casa tenha um gerador solar on-grid, ou seja, ligado à rede elétrica, ela precisa ter um medidor bidirecional. Sendo assim, no momento da instalação dos painéis, é necessário solicitar também esse medidor para sua companhia de energia.
No caso da utilização de sistemas on-grid, é necessário um medidor bidirecional, para demonstrar tanto o que entra da rede elétrica quanto o que é injetado nela.
Como funciona um medidor bidirecional em um gerador solar?
Suponhamos que uma pessoa tenha um gerador solar on-grid instalado em sua casa. Esse equipamento funcionará de formas diferentes, de acordo com o horário ou a época do ano, já que o sol é mais incidente em determinados momentos.
Entre o anoitecer e o amanhecer, período em que o sol não fornece radiação, a energia será direcionada da rede elétrica para essa casa. O medidor bidirecional, então, servirá para contabilizar o valor injetado.
A partir do momento que o sol surge, a casa passa a consumir a eletricidade gerada pelos próprios painéis. Ou seja, a rede elétrica para de injetar energia e o relógio do medidor é interrompido.
Caso a energia fornecida pelo gerador ultrapasse o necessário para o consumo próprio, ela passa a ser injetada na rede elétrica. Nesse momento, o medidor bidirecional começa a computar quanta eletricidade foi injetada da casa para a concessionária.
No fim do mês, caso a energia fornecida pela rede elétrica seja maior que a produzida pelo gerador, o usuário paga apenas a diferença. Caso aconteça o contrário, o excedente injetado na concessionária fica em haver e será compensado nas faturas seguintes.
Como funciona a sua instalação e manutenção?
Colocar o medidor no lugar não é uma tarefa tão mais complicada do que seria com um equipamento convencional, mas também tem algumas regulamentações, conforme apontado pela Nota Técnica nº 129 de 2012, proposta pela Aneel.
Por exemplo, para fazer a troca, você deve pedir especificamente à sua concessionária de energia. Ela só cumprirá o serviço depois que a empresa de instalação dos painéis solares cumprir uma série de requisitos, o que pode deixar o projeto um pouco mais demorado.
Esteja preparado para lidar com a impaciência de alguns clientes! Felizmente, não há nenhum custo extra aqui, pois a empresa de energia é quem dá conta dos custos de troca da peça (com exceção do medidor em si).
A solicitação pela instalação de um medidor bidirecional deve ser feita à concessionária de energia.
Também é muito importante que todos os medidores instalados tenham certificação do Inmetro, ou você pode ter problemas posteriores com relação à medição e à compensação da energia.
A manutenção do medidor bidirecional também continua sendo responsabilidade da empresa de energia, sem gerar custos para o dono da casa, o que já ajuda bastante a promover o sistema fotovoltaico.
Como ler um medidor bidirecional?
Por registrar dois tipos de informação diferentes, muitas pessoas acabam se confundindo ao interpretar um medidor bidirecional. Entretanto, a leitura desse equipamento não é tão difícil.
O primeiro passo, antes de olhar para o visor, é observar os códigos de indicação, inscritos no equipamento. É comum que haja pelo menos três parâmetros gravados: Energia Ativa Total Direta, Energia Ativa Total Reversa e Teste de Display.
A primeira diz respeito à energia consumida da rede elétrica; a segunda, à energia injetada na rede; e a última é utilizada para fazer testes. Cada uma acompanha um número, que demonstra ao usuário qual informação está sendo descrita pelo equipamento.
Ou seja, supondo que os números sejam 1, 2 e 3, respectivamente, todas as vezes que o número 1 estiver grafado à esquerda do visor, significa que o número na tela corresponde à energia consumida da rede elétrica, e assim sucessivamente.
Abaixo, exemplificamos como é o visor do equipamento. Os dois primeiros números à esquerda (00, nesse caso), representam o código de indicação.
O número demonstrado no visor do medidor bidirecional corresponde à informação grafada à esquerda. Foto: Fronius/Divulgação.
Por que investir em energia solar?
Podemos pensar em alguns pontos principais e oferecer alguns argumentos que favoreçam a energia solar doméstica ou em empresas.
Redução de custo
Um dos principais motivos para muitas pessoas investirem em energia solar é que essa tecnologia pode reduzir drasticamente seus custos. Apesar de ter um preço elevado em um primeiro momento, no médio e longo prazo esse investimento é seguro e se compensa amplamente.
Hoje, tanto em residências quanto em prédios comerciais que têm painéis solares, os custos com energia solar são mínimos e, com o passar dos anos, o investimento se paga e é superado pelos ganhos.
Menores danos ao meio ambiente
Outro argumento que favorece bastante a energia solar hoje em dia é o fator ambiental. A maioria das fontes de energia usadas atualmente têm algum impacto negativo na natureza ao seu redor.
Hidrelétricas alteram o ecossistema de rios, termelétricas geram fumaça, sem falar nos possíveis subprodutos da geração de energia. Usinas nucleares, por exemplo, exigem muito cuidado.
Uma forma de reduzir esse impacto é diminuir também a demanda por essas fontes de energia, e nada melhor do que produzir a própria energia limpa e renovável.
Os painéis solares são uma tecnologia cada vez mais acessível, que não gera grandes subprodutos e reduz a necessidade de outras fontes de energia de maior impacto. Ideal para estruturas ecologicamente corretas.
Possibilidade de vender a energia excedente
Por fim, mas não menos importante, uma casa que seja completamente estruturada para economizar energia e ser autossuficiente, dependendo dos dias, pode ter um consumo de energia negativo. O que isso significa? Que ela produz mais energia por meio dos painéis solares do que aquela que é consumida em sua própria rede.
Eletricidade não é um recurso fácil de armazenar e gera custos extras. Por isso mesmo existe o medidor bidirecional. Com ele, a concessionária pode medir quanto de energia o seu imóvel produziu além do que consumiu; esse valor é acumulado como créditos e pode ser usado quando você precisar consumir energia de fora, geralmente quando os dias ficam muito nublados e os seus painéis não têm a mesma produtividade.
Já explicamos um pouco sobre como funciona o crédito de energia fotovoltaica e o papel do medidor bidirecional, então não vamos nos repetir aqui. Mas há alguns detalhes importantes que você deve conhecer antes de fornecer o produto.
Você não recebe em dinheiro pela energia, mas sim uma quantidade de kW que pode usar sem gerar tarifa, e esse valor tem validade de 60 meses. Se não for usado, então o crédito é perdido.
Além disso, a Aneel, agência responsável pela regulação da energia elétrica no Brasil, permanece discutindo a porcentagem que pode ser resgatada pelo usuário. Quando a Resolução Normativa nº 482 foi publicada, em 2012, esse valor era de 100%, porém, ela passou por duas revisões nos últimos anos e tem uma nova prevista para entre 2020 e 2021.
Independentemente do que será definido pela Aneel, é correto afirmar que a energia solar continua sendo um investimento seguro e que se paga facilmente pelo usuário a longo prazo.